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A percepção de tempo e espaço foi acelerada com a passagem para o século XXI, o que o historiador Sevcenko elucidou com a trajetória percorrida pelo público de uma montanha-russa. Conforme o estudioso está se vivendo atualmente a sensação do loop, em que se perde a noção dos objetos aumentando as desigualdades à compreensão de si e do próximo.
Conforme Ted Polhemus, nunca houve maior liberdade em escolher a composição da imagem por meio do vestuário e adornos, não segue-se mais tribos ou o sistema da moda, pode se misturar pecas vários estilos estéticos, ideológicos, artísticos, com peças luxuosas ou populares, compondo visuais singulares, de diferentes épocas e valores econômicos e emocionais.
O consumidor constrói sua imagem com peças selecionadas como em um mercado, como exemplificou Polhemus ao denominar esse fenômeno por Supermercado de Estilo. Essa democratização da moda deve-se segundo o antropólogo a transformação sociocultural da segunda metade do século 20 na qual houve a passagem da concepção de Cultura como algo imanescente unicamente da classe mais alta para uma noção de cultura que hã liberdade de mesclar classe social.
Na busca de uma identidade o sujeito, posto em uma sociedade paradoxal, em que a espetacularização e a massificação provocam angustia e ansiedade, exemplificação encontrada na metáfora do loop de Sevcenko e da efemeridade de Lipovetsky, consome objetos variados descontextualizados.
Referencias:
SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero – A moda e seu destino nas sociedades modernas, São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
POLHEMUS, Ted. Style surfing: what to wear in the 3rd millennium. London:Thames and Hudson, 1996
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