Humanamente Kitsch


A palavra Kitsch é um termo, de origem alemã, criada na decada de 60 pelo frankefurtiano Theodoro Adorno, que é usado para categorizar objetos de valor estético que são considerados inferiores e de mau gosto. Os objetos kitsch são geralmente pequenas miniaturas, que possuem caráter estético, baseiam-se em padrões estéticos de culturas e épocas, e são feitos para comercio da indústria cultural.
Kitsch está presente em todas as classes sociais funcionando como um elemento de nivelação social e histórico, pois é amplamente consumido por todos. Independente das diferentes possibilidades de status que o objeto kitsch possa suscitar agrupa se o kitsch em categorias: religioso (terços saturados de imagens, santinhos), sexual (canetas com mulheres nuas, fotografias, baralhos de mulheres nuas), exótico (paisagens havaianas, indianas de fundo geralmente mescladas), doce (jardins com sete anões, bailarinas em miniaturas, anjinhos), amargos (cobras de plásticos, esqueletos de plástico fluorescentes) políticos (insígnias de partidos em chaveiros, camisas e bonés de eleições) além de poder haver uma combinação de todas essas categorias.
De acordo com o sociólogo Jean Baudrillard, em seu livro A sociedade de consumo, o kitsch caracteriza se por ser objetos que, além de perder seu significado por estarem sendo comercializados fora de seu contexto, não se têm valor de uso. A reciclagem cultural caracteriza também o kitsch. O que era antigo é relançado como novo alimentando o ciclo vicioso de seguir a moda das tendências atuais mesmo que sejam velhas novidades.
Atualmente, o Kitsch sobrevive pela brecha criada pelo Industrialismo, através da chamada “embriaguês do consumo”: surgem vários objetos vendidos como utilidades, mas que são completamente inúteis (“gadgets” = objetos sem função ou com função além da que precisam ter), tais como secadores-de-unha, relógios e agendas eletrônicas de várias funções, as inúmeras “inutilidades” domésticas, etc. pelo seu amplo consumo atual, autor Milan Kundera, em seu livro A Insustentável Leveza, afirma: “nenhum de nós é sobre-humano a ponto de poder escapar completamente ao Kitsch. Por maior que seja o nosso desprezo por ele, o kistch faz parte da condição humana”.

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